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Poemas de Irmã Teresinha Maria, IMC: “Quando vejo um pequenino a sorrir, é como se eu contemplasse a Ti”.

Para você, que visita nosso site, para seu deleite,eis mais duas

pérolas do tesouro de poesias de Ir. Teresinha Maria.

 

EU QUISERA

Há uma tristeza teimando

Em quebrar algo dentro de mim.

Há uma luta lutando pela paz, no profundo de mim…

 

Quisera que esta paz crescesse,

Que se agigantasse, sempre mais

Que se traduzisse em perene Alegria…

E me fizesse da vida uma  pura melodia.

RISO, FLOR, ESTRELA

Senhor,

Não  permitas que eu viva mais

Que  os anos em que seja capaz

De contemplar o riso da criança

A beleza de um a flor pequenina

E o brilho da estrela.

Riso de criança,

Mistério insondável de ternura,

Abismo infindo de esperança!

Quando vejo um pequenino a sorrir,

É como se eu contemplasse a Ti

Assumindo a condição de simples criatura

Para realizar pactos antigos,

Para nos dar um mandamento novo

Fazer de nós o Teu Povo,

Proclamar, enfim, “sois  meus amigos!”

 

E como me  embeveço, Senhor,

Diante da pequena flor,

Essa súmula singela e maravilhosa

Do belo e do transitório, nela irmanados

Como a matéria e o espírito em nós unificados.

Mas a flor que alegra, perfuma e enternece,

Hoje, refulge ao romper da aurora

E, logo depois, murcha e fenece,

Como fenecem todas as ilusões…

Quanta  beleza encerras, em cada flor,

E também, quantas lições, Senhor!

 

O brilho da estrela distante

Lá no infinito sempre a luzir

É o símbolo do que permanece

Da LUZ que jamais esmaece…

Mesmo durante o clarão do dia,

Mesmo quando reinam trevas sobre nós,

A estrela continua a brilhar

E o seu brilho é sempre igual

A nos falar de Bem que não se cansa

De iluminar as trevas de nossas noites

 

De longe, de mansinho, mas insistente,

Que, mesmo quando não O vemos,

Sabemos que sua luz está presente…

É assim que nos ensinas a sermos constantes,

Mesmo que nos ofusquem nuvens de contradição

Não queres que desfaleçamos por um  instante

Pois o nosso destino é o da estrela:

Iluminar é nossa única missão!

 

Eu te suplico, faze,  Senhor,

Que,  por  toda a minha vida,

Eu saiba contemplar o riso da criança

Símbolo  de inocência e de esperança;

Eu possa sempre deslumbrar na flor

Essa síntese de beleza e caducidade

E também fitar as estrelas.

Oh! Que nunca deixe de entendê-las…

Riso que gera a confiança,

Beleza que afaga, mas que passa,

Brilho que permanece sem ocaso…

Bem sei, Senhor, que “tudo é graça”

E Te agradeço porque me mostras  tudo isto:

São impulsos teus que me fazem subir

Um pouco mais sobre mim mesma

Um pouco mais para junto de Ti. 

 

 

Completando a coletânea de poesias de Ir. Teresinha Maria, esse poema ajuda-nos a adentrar a interioridade de nossa compositora.

 

DUELO INTERIOR

 

Senhor, vê:

 

há tanta tristeza violenta,

 

quebrando as telhas do telhado de meu viver…

 

tristeza que é chuva, descendo ruidosa;

 

é chuva escorrendo pelos velhos paredões,

 

é chuva correndo por corredores e salões…

 

 

Sim, em mim, há uma tristeza que inunda

 

os mais sensíveis recantos de meu pobre ser:

 

é uma chuva fria, violenta, dolorosa,

 

que cai, continuamente, fritando, raivosa,

 

ofuscando o próprio sentido de viver!

 

 

Mas, o que digo – nem sei … – Perdoa-me, Senhor,

 

É que sinto, no meu íntimo, um duelo insano

 

Duelo sem pausa, sem trégua, em fim:

 

É a luta do homem Velho, não vencido ainda

 

Contra o Homem novo, que vai crescendo em mim.

 

 

Na periferia da vida, é o Reino da Tristeza,

 

Tristeza que é chuva, chovendo impiedosa,

 

Com relâmpagos e com trovões gritantes

 

Tornando essa minha noite gélida, enervante;

 

E o sol, talvez sem relógio, esqueceu as horas…

 

 

Oh! Mas, no meu íntimo profundo, há calor,

 

Há música, há luzes: é perene Alegria.

 

Aqui, é Teu Reino: há Perdão e Eucaristia,

 

Há confiança, é manhã eterna, sem entardecer:

 

Sim, no mais íntimo do meu está a Fé e o Amor!